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Secretarias de Turismo: sem turistas e com o COVID-19, acabou o trabalho?

Desde o começo da pandemia venho acompanhado que algumas Secretarias de Turismo, ou Diretorias/Departamentos de Turismo, vem desempenhando um papel muito pequeno no turismo, mas é claro que há bons exemplos por aí, inclusive algumas ações realizadas por Secretarias que são inspiradoras.


A gestão pública do turismo, muitas vezes desprovida de profissionais qualificados, tende a achar que o desenvolvimento turístico só deveria ocorrer com a presença de turistas. Mas esse é um dos piores erros. 

A vinda do turista para o município deveria ser a ultima coisa a acontecer em um projeto de planejamento turístico. Até porque arrumar a casa com a visita já sentada na mesa é bem constrangedor para o anfitrião, sem falar que desconfortável para a visita.

Neste momento os órgãos de turismo, estaduais, municipais e federais, deveriam apostar no planejamento objetivando a retomada do turismo e, em alguns casos, fazer a manutenção dos pontos críticos, tendo em vista a não existência de turistas.

Fico me perguntando o que leva os municípios a pensar que na alta temporada é a melhor hora de arrumar estradas, mirantes, pórtico, praças e centros de informação turística. Ou fazer contratações e licitações quando mais se precisa dos serviços e profissionais.

Além da infraestrutura, que é relevante para o turismo, os órgãos de turismo deveriam pensar de como anda a gestão e a organização do turismo no município. Como por exemplo, se questionar como está o COMTUR e as Associações de Turismo, estariam esses qualificados e capacitados? Alinhados ao governo?

Por falar em alinhado, estaria as legislações municipais condizentes com o panorama turístico? Estariam essas alinhadas com os interesses do poder público, privado e da sociedade civil? Será que essa não seria uma boa hora de regularizar as leis, as contas e toda a estrutura pública?

A profissionalização do quadro de trabalho também seria uma ótima ideia. Vejo muitas Secretarias que funcionam a base de estagiários, por que não utilizar este momento e capacitar os estagiários? Ou mesmo, qualificar os próprios secretários e secretárias?

Outro ponto é a oportunidade de obtenção de recursos, as vezes na correria da preparação de eventos, os secretários e secretárias se esquecem que o turismo precisa de verbas, logo esse período seria incrível para captar, ou ao menos, escrever um bom projeto futuro.

A pandemia decerto mostrou a muitos destinos o quanto que o turismo é relevante em sua economia e na geração de emprego. No entanto, pouco vejo que a ausência de turistas mostrou aos gestores que a atividade requer planejamento, estratégia, profissionais capacitados e comprometimento com o publico interno e flutuante.

Por isso, há dezenas de ações que podem e, deveriam, ser tomadas neste momento de pandemia. Cabe também aos cidadãos cobrar de seus eleitos.

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