Hospede sendo abordado a esquerda da imagem |
A
pequena cidade de Rio Quente, onde está localizado o complexo do Rio Quente
Resorts, está há apenas 31km de distância de Caldas Novas e juntas integram a
Região das Águas Termais do Estado de Goiás, o maior destino turístico do
interior do Brasil em termos de fluxo capacidade hoteleira, sendo o Grupo Rio
Quente responsável por alguns dos maiores empreendimentos da área de hotelaria
e turismo na região, que tem a água termal como principal atrativo e trabalhos
reconhecidos pelo uso racional da mesma na hotelaria local.
Durante
minha curta estadia de 4 dias no Rio Quente Resorts – um dos poucos resorts que
ainda tinha uma certa simpatia, ainda mais após começar estudar Turismo e ter
passado a entender melhor os impactos sociais, ambientais, econômicos e
culturais que um resort gera – uma experiência negativa com um serviço vendido
pelo Grupo Rio Quente manchou completamente a boa impressão que eu tinha do
lugar.
O
Rio Quente Vacation Club (RQVC) se trata de um “clube” de viagens que com o
pagamento de determinado valor dá direito ao usuário do serviço a uma
quantidade de diárias nos diversos destinos disponibilizados durante um período
que varia de acordo com o plano escolhido.
A
forma como é vendida este serviço já mostra o “cartão de visitas” de como
funciona a estratégia de marketing usada para que o hóspede adquira o mesmo a
todo custo: uma forma extremamente agressiva, na qual um corretor aborda o
hóspede na saída do restaurante do hotel e tenta convencê-lo de todas as formas
oferecendo ótimos brindes para que agende uma reunião no escritório deles para
adquirir este serviço.
Até
aí, tudo bem, nada de novidade. Até que uma pessoa de minha família cai na
armadilha e já “de cara” fornece informações como renda e dados do veículo
simplesmente para agendar a reunião.
Dado
o horário da reunião, ao chegar ao escritório com várias mesas para reuniões de
casais representantes de famílias com os corretores totalmente lotadas: um
ambiente climatizado; oferecem um bom café ou uma água e começam a fazer a
cabeça do cliente, inicialmente por um valor exorbitante (próximo de R$ 60.000,
00) e com vários benefícios que vão desde passeios a estadias em hotéis e
resorts de alto luxo em vários lugares do mundo, e conforme o cliente vai
negando as propostas que fazem mais coisas oferecem em contrapartida além da
redução do valor – um ambiente de muita pressão a fim de induzir as famílias
que lá estão a fecharem o contrato.
Após
tantas tentações oferecidas, a mesma pessoa de sua família resolve fechar um
contrato de “experimentação” válido por 3 anos, por um valor relativamente
baixo em relação ao proposto inicialmente, mas com benefícios como diárias no
melhor hotel do complexo Rio Quente Resorts, diárias em Orlando em Hotéis do
complexo Disney, jantares, passeios. O famoso “barato que sai caro”, pois em
nenhuma das estadias oferecidas pelo serviço é incluso café da manhã, almoço e
jantar, estes devem ser pagos à parte além da taxa de condomínio.
Após
o fechamento do contrato anunciam para todos os presentes no escritório
ouvirem: “Mais um contrato fechado!”, e todos aplaudem e é servido um bom
espumante para brindar a assinatura, e assim influenciar as outras famílias de
que é um bom negócio assinar.
Quando a pessoa de minha família que caiu
nessa armadilha chegou ao quarto no fim do dia e nos noticiou que adquiriu este
serviço veio a nossa indignação pelo erro cometido. Foi só abrir a página do resort
no Trip Advisor e a do RQVC no Facebook para ver o “mar” de reclamações dos
tipos: de que paga-se caro para não se ter a garantia de estadia em temporada;
péssimo atendimento; 5 meses após assinado o contrato e senha de acesso ao site
não recebida; dificuldades para rescisão; não cumprimento de benefícios
prometidos, e muitos outros – há até um grupo no Google destinado apenas a
reclamações deste serviço.
Rapidamente
após ver todos estes comentários e ouvir alguns hóspedes do hotel que lá
estavam pelo RQVC (um destes que estava com tudo pronto para ir para Orlando e
por falta de vagas teve de mudar os planos), veio à pessoa o arrependimento e a
sensação de ter sido passada para trás, e na noite daquele mesmo dia começou a
tomar as medidas cabíveis para o cancelamento: contatou empresa de cartão de
crédito e deixou de sobreaviso e ligou para o Procon local.
No
dia seguinte, foi tentar o cancelamento diretamente no escritório, que
novamente estava lotado. Para nossa surpresa, cancelaram sem questionamentos.
Mas um detalhe: o atendimento foi feito do lado de fora por medo de que as
falhas do serviço não fossem expostas aos casais que ali estavam para assinar o
contrato.
Guilherme
Lucas dos Santos Capanema. Graduando em Turismo pela Universidade de Brasília
(UnB); monitor formado pelo Curso de Monitores da Forma Turismo; Participou de
produções de eventos junto à Polaris Jr., Projeto Bagagem, U Piano Entretenimento,
A República Entretenimento e ao Grupo dos Conjuges de Chefes de Missão (GCCM);
Conta também com participação em projeto junto à Secretaria Adjunta de Turismo
do Distrito Federal.
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