Muitas
vezes me pergunto o que é algo tradicional dos municípios que conheço.
Questiono-me o quão autentico é a manifestação cultural que vemos na praça,
assim como o artesanato e a gastronomia exposta aos turistas e moradores que
ali frequentam.
De
certo modo temos que ponderar que a cultura tradicional, os traços culturais
tradicionais, são aqueles que representam o lugar de onde vieram, ou, um grupo
que ali viveu no passado e inseriu traços na cultura que se conhece na
atualidade.
Entretanto,
ao viajar pelas cidades do nosso Brasil é possível observar que a o caráter
autentico das manifestações e bens materiais esta se perdendo, ou, a esta
altura já se aculturou aos novos paradigmas sociais.
Isto
pode ser observado no artesanato de cada cidade, grande parte das vezes não
observamos peças daquela cidade, que representam o povo e a história do
município. Inúmeras são as vezes que o artesanato retratado ou são peças
totalmente industrializadas, feitas em massa, ou, são objetos vindos de fora do
Brasil, bem como China, que não representam nem a imagem do local e, muito
menos do Brasil.
Isto
ocorre com alguns dos pratos típicos do nosso país, quando esses são criados
apenas para representar o município, mas na realidade nunca existiu e nunca foi
tradicional, foi apenas criado e inventado com fins comerciais.
As
manifestações culturais também sofrem deste mal, pois quantos são os municípios
que nunca tiveram Folia de Reis e do nada surge à tradição desta manifestação.
Tudo
que é inventado e tido como cultural não é tradição, é capitalismo exploratório
para engrandecer os olhos dos turistas. Assim, cabe ao turista buscar a
autenticidade no que visita, para que assim, não visite o Norte e tenha a
impressão de estar no Sul, ou, o Sul pensando que é Sudeste.
Matéria publicana no Jornal O Registro: http://issuu.com/jornaloregistro/docs/352
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