Confesso
que nunca fui de pesquisar muito sobre o turismo LGBT, sempre fui mais para as
áreas de patrimônio, marketing e políticas públicas. Mas recentemente, tenho
ouvido muito falar e, até duas semanas atrás, quando estava em um Seminário de
Sociologia em Curitiba/PR, fui questionado sobre esse segmento.
O
que sabia sobre o segmento anteriormente é que era um novo e potencial nicho de
mercado, seja nacional e principalmente internacionalmente. Entretanto, mesmo
sem saber muito sobre o tema, sempre fiz uso dos serviços e atrativos para o público
gay (Aaaa as baladas gays).
Ai,
recentemente (ontem) um amigo que estava fazendo uma pesquisa sobre o turismo
LGBT me marcou em um post que trazia uma resposta de um determinado senhor a
sua pesquisa. Nesta resposta, o homem dizia atrocidades, que o turismo LGBT era
só uma corrente revolucionária, que queríamos privilégios, que as discussões
sobre gênero são piadas e por ai vai.
Pensando
nisso, me questionei, será que o publico homossexual realmente quer privilégios
por meio turismo LGBT? Bom, ai logo me veio a resposta, nunca vi um gay
destratar um heterossexual simplesmente pela sua orientação sexual (como eu
disse, eu nunca vi, mas pode ocorrer, ou, não). Outra coisa, héteros são
bem-vindos onde o público homossexual habita.
Quantas
e quantas vezes vi casais héteros em baladas gays, e nunca vi eles sendo
impedidos de entrar em uma balada por serem heterossexuais. Aliás, alguns
amigos héteros me dizem que preferem ir a baladas LGBTs com suas parceiras
devido ao fato do assedio ser menor (e a musica ser boa rsrs).
Quando
falamos de assédio e intolerância, sempre que vou a festas em espaços públicos
ou privados, de caráter heterossexual, sempre, sempre mesmo, vejo uma briga. E
geralmente o motivo dessas brigas é porque um homem cantou uma mulher, um homem
quer se exibir mais do que o outro e até porque alguém pisou no pé de alguém...
Serio, brigam demais, agora nas festas
gays, o que eu vejo é que se alguém pisa no seu pé ou rola beijo, ou, rola
desculpas (claro que há exceções).
Não
queremos privilégios com o turismo LGBT, mas sim espaços cosmopolitas, onde
todos são bem-vindos, menos os intolerantes e homofóbicos. Levantar a bandeira
Gay Friendly é mostrar que aquele espaço tolera, aceita e vive em perfeita
harmonia com a diversidade.
O
turismo LGBT surge do desgaste do público homossexual em levar lampadada na
costa, ter a orelha decepada, levar soco na cara e ir parar no hospital por
simplesmente ter abraçado seu companheiro.
Portanto,
o turismo LGBT não tem o intuito de nos dar privilégios, mas sim nos dar
segurança. A segurança de sair viajar e voltar para sua casa, a segurança de
abraçar seu parceiro, ou parceira, e não ser visto como desumano e, além disso,
a segurança de ir vivenciar novas experiências e não se tornar mais uma estatística
de violência contra homossexuais.
Ps:
Hoje foi aprovado na Câmara de São Paulo o dia de luta contra a Cristofobia, no
entanto, não vejo estatísticas que apontam quantos cristãos são impedidos de andar
com suas bíblias embaixo do braço, não vejo impedimento dos pastores em coletar
as “ofertas” de seus fiéis, não vejo impedimento da realização de cultos,
missas e demais manifestações. Mas sim, vejo impedimento do público LGBT
frequentar igrejas, viver em sociedade, andar de mãos dadas... Enfim, nos últimos
anos a intolerância religiosa vem matando mais do que a marca de que a cada 1
hora um homossexual é violentado no Brasil.
Por
fim deixo uma frase: Antes
de fazer eco de “Amém” na sua casa ou no seu lugar de adoração, pense e
lembre-se: “Uma criança está ouvindo”. –Mary Griffith (filme Orações paraBobby)
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