A
sociedade líquida, pós-revolução industrial e tecnológica, vivencia a expressão
mais plena do capitalismo, a globalização. Na atualidade tudo é acessado de
maneira fácil, rápido e simbólica.
O
tempo livre ganhou espaço quando durante a Primeira Revolução Industrial
discutiu-se a necessidade de horas livres frente as jornadas monótonas e
cansativas de trabalho. Mas, as atividades de lazer ainda não se faz presente
na sociedade contemporânea.
O
tempo livre, raramente se transforma em ócio criativo (lazer), pois devido aos
afazeres domésticos, tempo de deslocamentos, estudos, compras, relacionamentos,
filhos e outros fatores, a sociedade não encontra tempo para ter tempo.
Além
disso, o mercado capitalista atual impõe que a todo momento necessitamos
ser produtivos. Ou seja, não podemos nos permitir a ter lazer, a viajar, ficar
em casa de pernas para o ar, gastar tempo vendo uma boa série; Enfim, sempre
temos que estar fazendo algo que não nos faça sentir que o dia passou em branco.
O Teatro Mágico dizia em sua canção Sonho de Flauta que “E o dia parece
metade, quando a gente acorda e esquece de levantar”. Tal trecho pode ser
entendido de inúmeras maneiras, entre elas a obrigatoriedade de se levantar e
estar “acordado” e “em pé” para que o dia possa valer a pena.
Assim, se mal conseguimos alcançar
momentos de tempo livre, pior, teremos momentos de lazer. Necessitamos destruir
as ideologias que precisamos estar fazendo algo a todo tempo, que os momentos
de lazer são desperdício de tempo...
Necessitamos, primordialmente, parar de
nos culpar e nos autocriticar por não ter produzido. Pois essas concepções de
faça, aconteça, compre, produza, seja e viva, não são leis, mas sim, padrões
sociais.
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