Recentemente,
após viajar a cada dois meses em um ônibus interurbano que corta o estado de
São Paulo, comecei a perceber que os tripulantes são tratados como gado de
engorda presos em um frigorífico.
A
analogia pode parecer bem extrema, mas é quase isso que acontece. Vamos começar
pelos espaços entre as poltronas, para baratear os custos, cada vez mais os
espaços são menores, isso remete aos franguinhos e o gado que ficam em pequenos
espaços para não criar músculos, assim não endurece a carne.
O
ar-condicionado por sua vez, a – 2º C nos remete ao verdadeiro frigorífico para
preservar a carne. Até hoje me pergunto por que gelam tanto a tripulação.
Sem
contar as paradas de alimentação, o ônibus que eu pego faz duas paradas para
alimentação de cerca de 20 min, como viajo a noite, uma parada é às 11h e outra
às 3h, ou seja, a cada 4h o ônibus estaciona para que a tripulação (gado) faça
a sua parada para o lanche (regime de engorda).
Continuando
com esta extrema analogia, quando a viagem termina eu desembarco em São Paulo
(Capital) cansado, congelado e bem alimentado, tudo isso para pegar o metro ás
8:00 (horário de pico) na estação Barra Funda, ou seja, o gado gordo congelado
é jogado no metro, ou melhor jogado para o abate.
Peço
três mil e trezentas desculpas, mas me sinto bem assim, sei que tem gente que
curte muito viajar de ônibus, mas eu viajo cerca de 12h só de ida para São
Paulo, então a realidade é bem por ai...
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