Pular para o conteúdo principal

Projeto- ¡ Si, Yo Puedo!

No 14º Congresso de Turismo Paulista tive a oportunidade de conhecer a guia de turismo voluntária, Júnia Matsuura, do projeto social “Si, yo puedo!”
Dança Típica Boliviana, Tinku
O projeto surgiu da iniciativa de Veronica Quispe, boliviana, naturalizada brasileira, com formação em Odontologia pela Universidade Estadual Paulista-UNESP e, neste ano (2014) o projeto comemorou dois anos de existência.
Atualmente o projeto oferece Curso Básico de Português (por três meses), orienta os imigrantes bolivianos quanto a: regularização migratória, validação de cursos concluídos no país de origem, informações sobre cursos técnicos/profissionalizantes em instituições de ensino gratuitos na região metropolitana e pretende-se oferecer o curso de Gestão de Negócios em breve.

Essas atividades são realizadas em todos os domingos na Praça Kantuta, onde é realizado a Feira Kantuta, no Pari, Zona Norte, na cidade de São Paulo.
Além do módulo português básico, é oferecido o módulo português avançado, no qual a guia mencionada no inicio trabalha. No módulo português avançado são realizadas visitas guiadas em vários pontos da capital e nas regiões próximas.
Já foram formadas seis turmas no módulo português básico, cerca de 113 pessoas já falam português por conta do projeto.
Para aprofundar ainda mais no projeto, realizei uma entrevista com Miguel Angel, ele é Boliviano, está fazendo faculdade de pedagogia e ministra alguns cursos e palestras no projeto, como o curso de Empreendedorismo com Capital Zero.
Segundo Miguel, o projeto é voltado à
Aluna, Miguel e Júnia
vontade e necessidades do aluno. No inicio do projeto era oferecido somente auxilio na emissão de documentos, porem surgiu à necessidade de um curso básico de português e assim nasceu a primeira turma.
A necessidade foi à fomentadora de todas as ações que existem atualmente, assim como o curso de português avançado, as aulas de danças e todos os outros cursos profissionalizantes que já foram e serão ministrados.
Isso também pode ser entendido pelo fato que só assim haverá a demanda necessária para realização das atividades, pois se é oferecido um curso que não é interessante para maioria da comunidade, provavelmente ele terá pouca adesão.
Sobre as aulas, ele menciona que a metodologia de ensino varia de acordo com a turma, como por exemplo, se uma turma consegue aprender mais com aulas práticas, ela terá mais aulas práticas. Mas é claro sempre pautando no objetivo final, que é o de aprender o conteúdo.
Segundo ele o projeto visa promover a Liberdade de escolha, que tem como intuito transmitir ao imigrante, que todas as suas escolhas devem ser feitas por eles próprios, sem que haja alguma coerção social. Dessa forma eles procuram transmitir o conhecimento, para que eles sejam capazes de definir o que é melhor para sua vida.
Perguntei a ele, que se fosse para resumir o projeto em uma frase qual seria ela, ele me disse que seria “Aprender a Aprender”. Outra pergunta que fiz a ele, e a resposta foi surpreendente, foi “Para você, qual é a importância do projeto na vida dos alunos?”, ele me respondeu:
Eu penso que é ao contrario os alunos são importantes para o projeto, mais respondendo a sua pergunta como o projeto desenvolve as atividades aos domingos e, faz quatro domingos que por causa do vento ficamos sem tenda, e apareceu um vazio no ponto de encontro e discussão, dessa forma sempre que eles apareciam perguntavam se o projeto havia finalizado? Assim tivemos a impressão de que eles ficaram sem um lugar de encontro e acolhimento e também de informação.
Portanto, ao conhecer a grandiosidade do projeto é possível ponderar sobre alguns pontos de vista, um deles seria que tudo isso foi e é realizado pela boa vontade dos voluntários, lembrando que o projeto é realizado em todos os domingos e todos possuem família e obrigações.
Conversei também com a guia de turismo, Júnía, ela me disse que está no projeto desde 2012 e atualmente ela é responsável pelas visitas do modulo português avançado.
Perguntei a ela, qual seria a importância do projeto na vida dos alunos, ela me respondeu o seguinte:
Carnaval Praça Kantuta
O projeto acolhe o imigrante e colabora na sua inserção social/cultural rompendo uma das barreiras, a comunicação, através do curso de português. Ainda, o recebe como cidadão, respeita suas origens e cultura, promovendo sua auto-estima e propicia condições para que entenda a realidade do país que escolheu para morar e trabalhar.  Mais do que oferecer cursos e informações, o projeto se torna um local para encontros, ponto de apoio e referência para alunos, ex-alunos, amigos e seus familiares.
Para ela o projeto é importante, pois possibilita compartilhar o conhecimento e experiências de maneira a ajudar na melhoria de condições de uma comunidade cuja realidade é semelhante aos de seus avós imigrantes japoneses. 


Perguntei também a ela que se ela fosse resumir o projeto em uma frase, qual seria essa frase, e resposta foi “Compartilhamos, prazerosamente, o que sabemos”. 
Torna-se intrigante saber que nesse mundo atribulado, ainda existem pessoas que dedicam parte do seu tempo para ajudar o próximo e promover o seu crescimento. Talvez se essa mentalidade estivesse presente na maioria das civilizações, viveríamos em um mundo hospitaleiro.

Parabenizo os organizadores e voluntários do projeto, agradeço a atenção do Miguel e a cordialidade e simpatia da guia de turismo Júnia, espero que esse projeto cresça ainda mais e colha bons frutos.

Para fechar, o Miguel me disse que em novembro será lançado uma revista cultural do projeto, com o tema imigrações, a qual ele coordena. 

Todos os domingos 
das 10 às 12 horas - curso de português
das 12 às 17 horas - atendimento (em recesso até o final da Copa)
Praça Kantura - Rua Pedro Vicente, 660 - Pari
Próximo a estação Armênia do metro


Veja o vídeo do projeto:


Acompanhe a pagina do projeto no facebook: https://www.facebook.com/ProjetoSiYoPuedo?fref=ts

Curiosidade, o nome Kantuta, faz referencia a uma flor tipica da Bolívia, que possui as 3 cores da bandeira nacional boliviana, logo é um simbolo nacional.

Comentários

TOP 5 do Blog

O que fazer depois que acabar a faculdade? Bacharel em Turismo

Imagem Retirada da Internet Após os três, quatro ou cinco anos de faculdade é natural que muitos ainda se perguntem o que vão fazer depois da faculdade, essa pergunta não é privilégio apenas dos futuros turismólogos, muitos e muitos outros futuros profissionais se fazem o mesmo questionamento. Mas falando dos futuros turismólogos, ao longo do curso a grade oferece uma serie de conhecimentos multidisciplinares que possuem o intuito de capacitar o profissional para os diversos meios de atuação do turismólogo. Mas a problemática se insere neste contexto. Algumas profissões como, por exemplo, licenciatura em Matemática, ou você ministra aulas ou vira pesquisador, são apenas duas opções (ou mais), de certa forma fica mais fácil de decidir, assim como biomedicina, ou você trabalha em um laboratório de analises clinicas, ou se torna professor ou se torna pesquisador. Já no turismo a realidade é inversa, em síntese temos os seguintes campos de atuação, cruzeiros, agencias de viagens

Frustrações de um Estudante de Turismo

Escolher a profissão ideal é algo realmente muito difícil, ainda mais se for à primeira escolha. Acredito que relato um sentimento próprio e um sentimento de inúmeras pessoas, quando afirmo que escolher algo que refletirá nos seus próximos anos é algo realmente perturbador. A Liberdade Expressiva. Colagem em Papel Cartão. Não vou procurar abordar o universo da escolha da profissão neste texto, mas sim abordarei a escolha de uma profissão específica, a do Turismólogo. Profissão essa recente na sociedade contemporânea, com um reconhecimento bem recente e sem regulamentação. Profissão, que muito se fala na sua importância para o planejamento do turismo em todas as suas modalidades, e, além disso, a ciência que estuda o fenômeno do turismo. Teoricamente falando, temos muito campo de atuação e mercado para suprir a mão de obra gerada, mas só teoricamente (ou talvez não). Quando se entra no curso de bacharel em turismo, um novo mundo renasce, pelas palavras de nossos professores

Nicarágua, um paraíso natural

ORIGEM DO NOME, Nicarágua Bandeira Nicarágua A origem do nome é incerta, já que o país não conta com um registro indígena, podendo-se recorrer somente às crônicas dos primeiros espanhóis. Nessas crônicas fala-se sobre o povo náhuatl que viviam entre o grande lago (chamado de Nicarágua posteriormente) e o Oceano Pacífico; a esta terra eles davam o nome de nic–atl-nahauc que significa "aqui junto a água". LOCALIZAÇÃO A Nicarágua é um país da América Central, limitado ao norte pelo Golfo de Fonseca (através do qual faz fronteira com El Salvador), Honduras, a leste pelo Mar das Caraíbas, através do qual faz fronteira com o território colombiano de San Andrés e Providencia, a sul com a Costa Rica e a oeste com o Oceano Pacífico. Sua capital é Manágua. TOP 8 CURIOSIDADES -1ª Que futebol que nada! O esporte mais popular da Nicarágua é o beisebol. -2º A bebida típica é o pinolillo, uma bebida feita com milho, cacau, canela e outros ingredientes - 3º No total, a

Os encantos e desencantos na profissão do Turismólogo

Imagem Retirada da Internet Se você já ouviu aquele discurso de que o turismo é uma fonte estrondosa para o desenvolvimento econômico, cultural e social de uma localidade, mas que no entanto, as pessoas não valorizam os turismólogos. Puxa a cadeira, vamos conversar! Acho que já me apaixonei e me desencantei pela profissão de turismólogo mais vezes do que eu posso contar. Mas, sempre sei que depois da tempestade volto a me apaixonar pelo caminho tortuoso e florescente que escolhi . O turismo é assim: você tem a certeza que está no caminho certo; no seu emprego você está conseguindo pequenas vitórias, mas,,,,,,, sempre vem alguém que não sabe nada da área, ou acha que fazer turismo é só fazer eventos, e destrói todo seu castelo de areia . Faz parte,  mas também dói.  E quando falamos de profissão doida, estamos de parabéns! Entre dores e amores vamos nos tornando mais fortes e, por incrível que pareça, é quando a gente "quebra a cara" que conseguimos ver o quão imp

O Turismo LGBT: Não são privilégios, mas sim humanidade

          Confesso que nunca fui de pesquisar muito sobre o turismo LGBT, sempre fui mais para as áreas de patrimônio, marketing e políticas públicas. Mas recentemente, tenho ouvido muito falar e, até duas semanas atrás, quando estava em um Seminário de Sociologia em Curitiba/PR, fui questionado sobre esse segmento. O que sabia sobre o segmento anteriormente é que era um novo e potencial nicho de mercado, seja nacional e principalmente internacionalmente. Entretanto, mesmo sem saber muito sobre o tema, sempre fiz uso dos serviços e atrativos para o público gay (Aaaa as baladas gays). Ai, recentemente (ontem) um amigo que estava fazendo uma pesquisa sobre o turismo LGBT me marcou em um post que trazia uma resposta de um determinado senhor a sua pesquisa. Nesta resposta, o homem dizia atrocidades, que o turismo LGBT era só uma corrente revolucionária, que queríamos privilégios, que as discussões sobre gênero são piadas e por ai vai. Pensando nisso, me questionei, será que o public