Há
um tempo que eu venho pensando no melhor momento de compartilhar aquilo que
mais frustra viajantes, a depressão pós-viagem e, eu não foi poupado.
Quando
estava indo para o intercâmbio acreditei que o que eu sentia seria para sempre,
nunca passaria e que a cada dia meus devaneios seriam mais e mais fortes até
que em algum momento eu poderia voltar para o Brasil e passar horas e horas
mostrando minhas fotos para meus amigos e compartilhando minhas experiências.
De
fato, parte disso aconteceu. Eu vivenciei coisas incríveis, chorei, sorri,
falei, cantei, comi, dancei... Enfim, fiz de tudo e, lembrar que no começo tive
um medo insuportável de partir por acreditar que não iria conseguir me virar em
solo estrangeiro.
Aos
poucos as horas foram se tornando dias, os dias meses e lá se foram os dez
meses que iria ficar abroad. Não sei nem como descrever a intensidade das
relações que obtive, não sei nem ao menos falar o motivo pelo qual me senti tão
cidadão de uma terra que nunca fora minha, mas que me acolheu e me fez conhecer
seus encantos e tristezas.
Nas
últimas semanas já quis ficar, me agarrei ao solo húngaro e decidi nunca mais
voltar para minha pátria. No entanto essa decisão foi tomada no meu
subconsciente, mas não era real, eu teria que voltar, dar segmento na vida e
abandonar tudo aquilo que foi a minha vida por dez incríveis meses.
Quando
tive que despedir daqueles que deixei por lá parecia que parte de mim ficava e
saltava do meu peito. Aprendi que fácil e dizer “até logo” quando você tem a
noção que em um futuro breve você estará de volta e que impossível é dizer
“adeus” não podendo dizer “até logo”, pois nunca se sabe quando voltará para as
terras do velho mundo.
Na
volta para o Brasil vem um êxtase, reencontrar a família no aeroporto, rever os
amigos, professores e todos aqueles que ficaram torcendo pelo seu sucesso
daqui. Estase esse que tem prazo, umas duas semanas mais ou menos, que é quando
você entrega as lembranças que você comprou, conta parte da sua experiência e
põe o assunto em dia, depois desse tempo, vem o que eu sinto agora.
Eu
me sinto incompleto, um pouco menos sonhador e sem palavras para expressar a
mim mesmo. Porém, sei que conquistei coisas que boa parte da população
brasileira somente sonha, sei que realizei meu sonho e tudo mais....
Mas,
tudo parece tão distante, parece que nunca aconteceu, ao ver minhas fotos das
viagens eu me sinto triste. Triste por não poder estar vivenciando novamente,
triste por já ter passado e, triste, por não saber quando voltarei.
Não
é que a tão falada depressão pós-viagem realmente existe.
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