A propaganda sempre foi e
sempre será a alma do negócio. E quando falamos de turismo, estamos trabalhando
com um grande negócio que movimenta milhões de dólares, euros, reais e qualquer
outra moeda dia após dia.
Em relação aos destinos
turísticos, observamos massiva divulgação em diversos lugares, sejam nas
novelas, rádios, banners, comerciais, vídeos e por aí vai. E claro, com o
apogeu da internet, a divulgação ganhou novas proporções.
Destinos se tornam marcas e
são geridos como empresas, que oscilam em picos e em depressões. Destinos se
fixam nas mentes dos consumidores, tais como Paris - a Cidade Luz, México - a
terra da Tequila, Brotas - a terra da aventura, Joanópolis - a terra do
Lobisomem, Espanha - pelas touradas - e muitos outros termos associativos.
Porém, quando trabalhamos
com o contexto local do panorama brasileiro, sabemos que muito que se vende é
na realidade falsa propaganda, e como bons brasileiros sempre almejamos as
belíssimas cidades europeias, sejam elas Paris, Barcelona, Berlim, Praga,
Lisboa ou qualquer outra.
Em uma grande viagem pela
Europa, conheci algumas das cidades clichês e não tão clichês, fui a Paris,
Barcelona, Porto, Frankfurt, Berlim, Cracóvia e Praga, e antes dessa viagem já
tinha ido a duas outras capitais europeias, bem como Viena e Bratislava.
Aprendi muita coisa com
essas cidades, mas o que gostaria de passar é a diferença entre o que é vendido
e o que é consumido. Começando pela cidade Luz, a tão encantada capital da
França, a graciosa Paris, ou não tão graciosa assim.
Paris sem sombra de dúvidas
tem seus charmes, encantos e glamour, mas isso se você restringir seu olhar
somente às zonas turísticas, ou basicamente aos atrativos. Pois a cidade é um
misto de glamour, sujeira, pobreza, longas filas e desigualdades sociais,
realidade esta também vivenciada em Berlim.
Basicamente as cidades mais
visadas, mais faladas e mais almejadas são as que mais possuem dois lados da
moeda, e viajar para as cidades “estrelas” não significa que será a melhor
experiência de sua vida do que viajar para uma cidade menos conhecida.
Por exemplo, estive em
Cracóvia e em Bratislava, ambas possuem sua divulgação, mas não se compara ao
poder midiático de Paris e Berlim. Mas essas duas pequenas cidades são
encantadoras, cheias de surpresas e pessoas mais hospitaleiras.
Claro que todas as cidades
do mundo têm desigualdades sociais, em pequeno, médio ou em grande nível, mas
tudo depende de que forma essas desigualdades são geridas. Nunca fui a uma
cidade europeia que não há gente pedindo esmolas nas ruas.
Porém, quando falamos de
divulgação de destinos, temos que desvelar paradigmas e parar de menosprezar
nossa nação e acreditar que todos os destinos não são perfeitos, assim como
nosso lar, mas sim se orgulhar do que temos ao nosso redor.
Na Europa, América, África,
Oceania, Antártica, Ásia ou qualquer outro lugar do mundo não se limite aos
lugares turísticos, expanda seu olhar e olhe ao redor! Há muito mais do que a
Torre Eiffel, a Igreja da Sagrada Família, o Coliseu e o Cristo Redentor. See
around!
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