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O turismo também está na política

As eleições acabaram há poucas semanas. Candidatos foram eleitos, prefeitos e vereadores logo tomarão posse de seus cargos. Durante o período de campanha ouvimos muitos discursos, seja sobre saúde, educação, segurança, emprego e outros assuntos.
Não me assusta não ouvir muito sobre o turismo e o lazer, mesmo havendo em nossa região um grande potencial turístico a ser explorado. O discurso turístico, quando feito, sempre aborda as mesmas propostas: “desenvolver o turismo”, “trazer divisas”, “gerar empregos” e outras coisas.
Do mesmo modo que essas propostas se repetem, não me assusta também ver discursos errados mostrando um desconhecimento dos candidatos sobre a terminologia e a atividade turística.
Se os candidatos soubessem mesmo sobre o turismo, possivelmente não utilizariam o mesmo somente como um fator econômico, ou seja, eu não preciso gerar atrativos turísticos no município somente para gerar divisas, mas se eu pensar na população, posso usar o turismo para gerar lazer para a comunidade.
Gerando lazer para comunidade eu diminuo os gastos com saúde, pois uma comunidade que possui bons equipamentos de lazer dificilmente adoece. Com oportunidades de lazer e turismo é possível gastar menos com segurança, pois o turismo é também gerador de ideias e um agente educador, logo, por meio do turismo se fomenta cidadãos mais conscientes dos seus atos.
Sabendo desses fatores, penso que o turismo deveria ser a base principal das campanhas políticas. No caso de Joanópolis, por exemplo, ou melhor, a Estância Turística de Joanópolis, escutamos discursos em favor do turismo e isso foi um grande avanço para um município que pode crescer neste nicho de mercado.
Pensar o turismo sobre uma ótica econômica, social e ambiental são os princípios básicos da sustentabilidade. Muitos destinos nacionais e internacionais aplicaram esses conceitos e conseguiram obter um equilíbrio entre os interesses públicos, privados e da própria população.
O turismo não deve ser planejado visando somente o turista, pois depois que o turista volta para sua moradia quem continua vivendo na cidade é o munícipe, ou seja, o planejamento não deve ser baseado de cima para baixo (do turista para o morador), mas sim de baixo para cima (do morador para o turista).
Quando a população passa a crer que o turismo traz benefícios para ambos os lados, cria-se cidadãos que acreditam em sua cidade, valorizam as suas culturas e se diminui os índices de depredações de patrimônio público e outros fatores que foram abordados anteriormente.

Dito isso, e com o intuito de gerar ideias e discutir opiniões, após termos eleitos nossos candidatos, agora temos que exercer o papel de cidadãos, cobrar, fiscalizar, sugerir e saber que como saúde, educação, segurança e afins, o acesso ao turismo e ao lazer também é um direito de todos!

Texto publicado na Revista Bragantina OnLine:
Como citar: GONÇALVES, L.G.M. O turismo também está na política. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.60, p. 9-10, out. 2016.

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