O
burburinho dentro de casa já acontecia, pais, tios e avós reunidos no almoço
discutiam o destino das férias alegremente. E a criançada reunida na vila,
conversava sobre o mesmo assunto.
-
Júlio, seus pais já resolveram aonde vão te levar?
-
Acredito que vamos para praia visitar meus avós... mas eu queria mesmo era ir
com você! Suspiro e digo comigo mesma – também queria levar todos vocês!
- Desta vez papai e mamãe resolveram visitar
uns tios em Guaratinguetá, como disse a vocês ontem, a viagem será em família,
meus primos irão também.
Na reunião do almoço me senti constrangida
porque não sabia nada do lugar, mas eles disseram que fica no Vale do Paraíba,
aqui em São Paulo mesmo, a 176 km da capital, tive vontade de perguntar muita
coisa, mas temi o olhar dos adultos, assim corri para o quarto e debaixo da
cama, numa caixa muito bem organizada, peguei meu mapa do estado de São Paulo,
que ganhei do meu avô, e iniciei uma pesquisa. Quando as primeiras palavras surgiram
uau! Um lugar chamado Gomeral, já imaginei a turma toda pulando e nadando por
ali. Li que está localizada na beira da estrada do Parque José Jorge Boueri, a
36 km do centro de “Guara” - ouvi meus pais chamarem o lugar assim – marquei no
mapa.
A
foto ao lado era de um Balneário (nem sabia muito bem o que era) chamado Águas
da Mantiqueira, uma fonte hidromineral na Estrada do Taquaral...tchibum - mais
uma marquinha no mapa.
De súbito, peguei no telefone e liguei para o
vovô. – Alô vovô? Você pode me contar de quando esteve em “Guara”?
- Mas...minha neta?! Assim, pelo telefone?!
Bem, vou começar(risadas)...Você já ouviu falar do Frei Galvão, o primeiro
santo brasileiro?!
O
próprio Papa Bento XVI esteve aqui para a canonização!
- Canoni...o que
significa?
-
Minha neta, um ritual solene de entrega de um título, o de “santo” pela igreja
católica, você precisa ler mais.
-
Antônio Galvão de França já manifestava sua vocação desde pequeno, assim foi
enviado para um seminário na Bahia. Mais tarde em São Paulo, se destacou como
orador participando da primeira Academia de Letras e como arquiteto na
construção do Mosteiro Nossa Senhora da Conceição da Luz em 1774. Ainda em vida
muitos milagres são atribuídos a ele, mas chega de falação você precisa visitar
o lugar e ouvir das pessoas suas histórias.
-
Obrigado vovô, você tem razão, vou arrumar as malas!
Sobre a Autora
Mônica Dias sempre de malas prontas
Turismóloga e agente cultural
Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão EAD
Formação Pedagogica EJA
Atualizações: jogos digitais, gestão de multimídias, museologia, sociologia do turismo e bla bla bla
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