Ao
longo dos anos vimos às cidades com maior potencial turístico, se modificando
para captar mais e mais turistas. Se transformando em virtude do dinheiro que
esses turistas vão trazem, sem pensar, muitas vezes, no impacto que vem com
esses turistas.
Impactos
que poderão ser sentidos com a vinda dos turistas, ou até mesmo esses impactos
podem ser sentidos antes da vinda dos turistas. Exemplos claros disso é o
Brasil, que durante as reformas e construções para Copa do Mundo FIFA de 2014,
despovoou inúmeras áreas do entorno dos estádios, demoliu museus para construir
estacionamentos, aumentou a especulação imobiliária e além de tudo elevou os
preços.
Outro
exemplo bem claro e mais atual é a construção e reforma do Porto Maravilha no
Rio de Janeiro, que por sua vez é a maior obra feita entre poder público e
privado, e bem como as obras da Copa, essas obras também estão deixando famílias
sem casa, impactando no transito, alterando o cotidiano dos moradores e,
sobretudo alterando a cultura local.
Imagem Retirada da Internet |
Tudo
isso para que? Às vezes me pergunto por que o Brasil quer tanto maquiar seus
defeitos, esconder seus contrastes, padronizar a sociedade e, sobretudo, fingir
que somos um país perfeito. E o turismo empossado nas mãos de pessoas
inexperientes vira mero recurso mercadológico, tendo apenas como função gerar lucro
e encher os bolsos da pequena minoria elitista.
Torna-se
controverso, ao analisar essas mudanças se prevê a retirada de bares,
hospedagens e restaurantes, por grandes redes multinacionais, que como o nome
já diz estão em boa parte dos países. Mas tudo isso para que? Estamos nos
igualando às outras potencias?
Óbvio
que não, o turismo é movido pela curiosidade, pelo novo, pelo pitoresco e
singular. Quando deixamos de ter algo de diferente para mostrar nos tornamos
mais um em tantos outros, nos tornamos pertencentes a uma massa capitalista
padronizada.
A
cultura do povo foi substituída pelo consumismo, o bar que servia a culinária
típica brasileira e tinha roda de samba foi trocado pelo Mc Donald, o samba e o
funk carioca foi trocado pelo pop, a hospedaria de característica hospitaleira
e familiar do Brasil foi trocado pelas grandes redes de hotel.
Mas
tudo isso, é claro, em nome do desenvolvimento e em nome do progresso. Mas o
progresso e desenvolvimento de quem? Para quem? Para o multinacional que quer
aumentar mais ainda sua renda? Ou para o politico que quer aumentar a sua
aposentadoria? Pois se analisar as maneiras do pobre ganhar dinheiro estão
sendo trocadas, alias ele nem pode ficar perto dos turistas.
Pois
o Brasil é o país das pessoas ricas, fundadas em conceitos e cultura dos
Estados Unidos, França, Itália, Inglaterra, Espanha, Portugal e de tantas outras
sociedades. Na realidade o que os administradores querem passar de imagem do
Brasil é que não temos identidade, mas sim, somos padronizados, e o turismo também
pode servir a essa visão mercadológica.
Para quem não conhece o Projeto do Porto Maravilha:
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